A Prefeitura de Contagem, por meio da Superintendência de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, realizou na última terça-feira (29/7) uma oficina de letramento racial voltado para cerca de 20 participantes do programa “Mais Direitos Humanos”, vinculado à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O encontro foi realizado no Centro de Educação Ambiental Vargem das Flores, no parque Gentil Diniz.
A atividade teve como objetivo fomentar reflexões críticas sobre as raízes históricas e estruturais do racismo no Brasil. Durante a oficina, o superintendente João Pio conduziu dinâmicas e exibiu vídeos que ilustram como o racismo está presente no cotidiano, muitas vezes de forma naturalizada ou invisibilizada.
“Vivemos em uma sociedade que, historicamente, é racista e machista. As práticas discriminatórias estão enraizadas em atitudes diárias, que muitas vezes passam despercebidas ou não são associadas diretamente ao racismo ou ao machismo”, destacou João Pio.
Ele também contextualizou a origem do racismo nas Américas, especialmente no Brasil. “O racismo se estrutura no século XIX, baseado em teorias pseudocientíficas que hierarquizavam os povos. A partir disso, o grupo colonizador europeu passou a se considerar superior, estabelecendo um processo de dominação que ecoa até os dias atuais”, explicou.
Política pública de referência
Contagem é referência em Minas Gerais na construção de políticas de promoção da igualdade racial. A Superintendência de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial, vinculada à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, atua em articulação com o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), movimentos sociais, povos e comunidades tradicionais.
Mais Direitos Humanos
A oficina integrou as ações do Programa Mais Direitos Humanos, iniciativa voltada à promoção do acesso a direitos, fortalecimento de vínculos sociais e ocupação cidadã dos espaços públicos no município. A proposta envolve atividades socioculturais e atendimento especializado a públicos em situação de vulnerabilidade, como juventudes e população LGBT+.
O programa também atua em articulação com três importantes equipamentos: a Casa dos Direitos Humanos, o Núcleo de Referência LGBT+ e a Estação Juventude. Com mais de dois mil atendimentos já realizados, a equipe multidisciplinar do Mais Direitos Humanos oferece acolhimento e orientação qualificada, contribuindo para o fortalecimento da rede municipal de proteção e cidadania.